Tuesday 29 March 2011

Quero ler.

"A arte, como frequentemente acontece, tomara o lugar da experiência pessoal."
The Portrait of Mr. W.H., Oscar Wilde

Monday 28 March 2011

North by Northwest em 8 imagens

North by Northwest (1959), Alfred Hitchcock
 O cameo de Hitchcock, logo no início, a levar com a porta do autocarro na cara.

 
A cena vertiginosa do quase-acidente de um Cary Grant muito bêbedo. 

 
 Os planos à Western de Hitchcock, com Cary Grant sempre na esquerda da tela, como se estivesse num duelo.


 O enquadramento plongé (ando a aprender, sim senhor!) onde o cenário parece um filme de Michel Gondry.


 Os beijos intermináveis hitchcockianos, em cenas de uma tensão sexual incrivelmente subtil.

O azul do Mount Rushmore e o contraste com o vermelho de Eva Marie Saint numa perseguição pela cara de pedra de certos ilustres conhecidos.

Wednesday 23 March 2011

Queem quer?

Como para comprar uns dvd's tem-se que se vender outros e já tenho alguma falta de espaço vou deixar aqui uma lista de alguns filmes originais em óptimo estado que estou a vender. Em relação ao preço aceito propostas. Se alguém estiver interessado diga que eu faço-lhe uma festa! 
- Cheaper by the Dozen
- Ned Kelly
- Pirates of the Caribbean 2
- Shark Tale
- Shrek 2 (com legendas em inglês ou espanhol)
- Troy
- Three to Tango

Black & White Get Smart


Este primeiro episódio de Get Smart é fantástico. O único a preto e branco da série, tem vislumbres de film noir, um preto e branco lindo e uma forma de filmar muito interessante, com alguns planos fantásticos. Logo a introdução com a música de espionagem e a narração em voice over, primeiro Washington e depois uma sala de concertos aproximando-nos desse "man who lives a life of danger and intrigue" onde toca um telefone chegou para me convencer. Alguns até poderiam dizer que aquela sala de concertos lembra o início d'O Homem que Sabia Demasiado.

Tuesday 22 March 2011

Obrigada por manterem a minha sanidade.
[e para aqueles que se queixam que isto não tem assim tanto de cinematográfico notem que um dos "lufas" tem uma t-shirt dos Reservoir Dogs]

Saturday 19 March 2011

Friday 18 March 2011

Verdade que preferia ali a Carla Bruni em vez do Owen Wilson, mas esta visão do Sena versão Van Gogh e por baixo do nome do filme (que por si só chega para causar o entusiamo), Midnight in Paris, em letras pequeninas, "Written and Directed by Woody Allen" chega para fazer o meu dia! Finalmente, Woody Allen em Paris, e ainda por cima com este poster. It all seems so right.
Louis Malle, porque é que eu não conheço a tua filmografia?
(Decidi finalmente dedicar-me completamente a descobrir a obra este cineasta.
E assim começa a caça a filmes de Malle)
Ascenseur pour l'échafaud
 Zazie dans le métro
 Crazeologie
 Les Amants
 Viva Maria!
 Le Feu Follet
 Vie Privée
 Le Vouleur
Le Souffle au coeur

Tuesday 15 March 2011

O que quero ver

Porque antes da Amélie houve a Zazie!
Com a nova edição da Criterion de Zazie dans le métro e viagens na Ryanair para Paris por 12€ a única solução é mesmo apostar no euro milhões.

Looney Tunes & Old Hollywood



Bons tempos em que os desenhos animados tinham personagens como Humphrey Bogart, James Stewart, Fred Astaire, Cary Grant, Katharine Hepburn, Peter Lorre, Lauren Bacall, Fred Astaire. E não era só isso, também as músicas jazzy como banda sonora. De repente sinto-me como uma velhota a recordar "tempos idos", mon dieu.

Wednesday 9 March 2011


J'ai perdu ma tête
dans la rue Saint Honoré,
je cherche ça et là
je ne l'ai pas trouvé,
dis-moi... où est ma tête?

Tuesday 8 March 2011

Rear Window


Após alguns problemas técnicos o que tenho a dizer em relação a Rear Window é WOW! Todo o clímax do filme que está nesta cena é de pôr uma pessoa de olho bem aberto e com o coração na boca. O senhor Hitchcock sempre soube como entreter o público com um "nice murder". E a relação entre a personagem de Jimmy Stewart e Grace Kelly com cenas tão subtis e tão carregadas de paixão são verdadeiramente fantásticas, como em qualquer filme hitchcockiano. (A propósito disso está aqui um artigo interessante: Alfred Hitchcock's Sex and Sensibility) Havia tanto mais para discutir sobre este filme (como sempre) como a teoria de François Truffaut que diz que isto é uma alegoria para a relação entre o espectador e o ecrã (que não me parece que seja só dele) ou como Rear Window foi inspirado em casos reais de homens que mataram e desmembraram as amantes/esposas, mas como já é tarde e às vezes nem é preciso dizer nada vou limitar-me a adormecer na esperança que não haja um Jimmy Stewart de gesso na perna a olhar para mim.
"We've become a race of Peeping Toms."

NÃÃÃÃÃÃÃÃÃOOOOOOO!

Está uma pessoa a ver a Rear Window gravada na box e o raio da gravação pára exactamente NESTE MOMENTO! (é nestas situações que o YouTube dá jeito)

LANGLOIS

(Dedicatória de François Truffaut à Cinemate de Henri Langlois no filme Baisers Volés)
E a febre pelo cinema continuou.
Langlois, um documentário sobre o fundador da Cinemateca Francesa de Eila Hershon e Roberto Guerra é algo fora do comum.
Quando Langlois aparece não é para falar de filmes, porque segundo ele essa não é a sua função, a sua função é mostrar filmes, todos os filmes, os bons e os maus. Ele aperece sim a passear por Paris, a fazer-nos uma visita guiada pelos sítios que marcaram a sua juventude e a sua infância. Fala-nos como depois de ter acabado os trabalhos e querer ir brincar o pai o obrigava a ir buscar cigarros a uma tabacaria e que por isso mesmo durante 20 anos não fumou. Passa por Pigalle a boulevard dos cinemas onde passavam os filmes nas suas versões originais e onde passava aí os seus dias em jovem. Ouvimos a célebre história de quando um médico disse aos seus pais para o levaram para a montanha para apanhar ar e estes como não tinham dinheiro o levaram durante um mês todos os dias ao topo da Torre Eiffel, na altura em que se estava a gravar o filme Paris qui dort de René Clair. Através de testemunhos de pessoas como Ingrid Bergman, Jeanne Moreau, Jean Renoir e Catherine Deneuve entre outros ouvimos histórias das sessões secretas que Langlois fazia durante o controlo Nazi em França de filmes como o Bronenosets Potyomkin onde chegava mesmo a parar a projecção e dizer às pessoas que elas eram demasiado estúpidas para aquele filme que então se quisessem que lhes mostrava um filme estúpido (já me apeteceu tantas vezes fazer isso). E no meio disto (e tanto mais) são mostrados filmes mudos que marcaram a juventude de Langlois, como The Battle at Elderbush Gulch, Boobs in the Woods e Sous les Toits de Paris, no caso deste último onde se vê a Paris popular que ele tanto adora.
E haviam tanto mais para dizer deste pequeno documentário que nem chega a chamar-se longa-metragem tendo apenas 52 minutos (bem podia ser mais longa, porque havia de facto tanto mais para contar e explorar com este formato pouco convencional de documentário).
"Acreditas que sou Henri Langlois?
Não.
Henri Langlois não existe, só existe a Cinemateca."

P.S: É pena o documentário ser todo falado em inglês, seria preferível ouvir cada um a falar a sua língua mãe.

(Uma pessoa vê estas coisas e só lhe apetece passar os dias em Pigalle a ver filmes e de câmara em punho.)

Saturday 5 March 2011

A propósito do ultimo post: Det sjunde inseglet de Bergman e Love and Death de Woody Allen.

Bergman, Truffaut et Godard

 
Ontem foi sessão dupla de Det sjunde inseglet (O sétimo selo) de Ingmar Bergman e Les Deux de la Vague de Emmanuel Laurent.
O cinema de Bergman nesta minha primeira incursão pela sua obra pareceu-me de proporções gigantes. O impacto de cada cena e o desespero que é ver outras é verdadeiramente de mestre. É um desespero patológico e deprimente mas verdadeiramente arrebatador (nota-se em todo este filme de ambiente biblíco mas especialmente em cenas como a da procissão dos auto-flageladores). Ah e é fantástico para mim notar quão Woody Allen admira Bergman estando durante todo o filme a lembrar-me de filmes como Love and Death e como é curioso que Allen transforma estas questões deprimentes em comédias existenciais.
Passando para algo diferente, Les deux de la Vague. Se bem que não tão diferente porque no documentário é mencionado como Truffaut e Godard admiravam Bergman cuja obra conheceram na célebre Cinemateca Francesa. Apesar de não acrescentar muito ao que já se sabe e poder ser muito mais aprofundado (o filme chega mesmo a ter apenas 90 minutos) logo que a música do Les 400 coups começa eu fiquei convencida. Sou um bocadinho imparcial é verdade, mas rever a Nouvelle Vague como se estivesse agora a acontecer é um prazer para qualquer cinéfilo que tanto deve a estes cineastas.