"Ele deixava-se arranjar, beatífico, miole, vacilante, acometido duma preguiça e dum prazer que lhe fechavam os olhos...
-Nunune querida...- murmurou.
Ela escovou-lhe as orelhas, rectificou a risca fina e azulada que dividia os cabelos negros de Chéri, tocou-lhe as fontes com um dedo molhado de perfume e beijou rapidamente, porque não pôde impedir-se de o fazer, a boca tentadora que respirava perto de si. Chéri abriu os olhos, os lábios, estendeu as mãos... Ela empurrou-o:
-Não! Uma hora menos um quarto! Desaparece, e que nunca mais te veja!
-Nunca mais?
-Nunca mais! - atirou-lhe, rindo com uma ternura arrebatada."
in Chéri de Colette
Assim começou e agora acabou. Acabei o livro e posso dizer que está bem no topo da lista dos meus preferidos juntamente com O Retrato de Dorian Gray. Ao ler este livro senti-me fascinada não só pelas personagens, pelo ambiente e pela história fantástica como também pelas descrições requintadas e tão ricas dos sítios por onde as minhas beloved personagens andavam.
Estou apaixonada, c'est vrai.
Próxima leitura: O fim de Chéri de Colette
Agora só espero que o filme corresponda a este magnífico, fantástico livro. E agora lembrei-me duma coisa. Tendo o filme já estreado em França e indo eu a Paris dentro de uma semana, o inevitável vai acontecer. Aqui vou a uma sala de cinema francesa ver o filme Chéri (porque esperar por que venha até cá é tortura).
Agora faço uma pergunta aos meus amigos cinéfilos: fazem ideia quanto custa um bilhete de cinema em Paris?
Propostas de locais cinematográficos parisienses e outros, também são bem-vindos!