La Tour Eiffel sur la tête!

O meu primeiro filme do Truffaut foi o seu último.

Todas as cenas de Vivement Dimanche! (1983) são memoráveis e a história é envolvente, conjugando um ambiente misterioso com o romance francês (como a personagem de Fanny Ardant diz, parafraseando o advogado Clément, os franceses têm uma "queda" para o amor).

O romance entre Vercel e Barbara e a sua parceria à Bonnie e Clyde é acompanhada por uma história de crime e paixão que deixa sempre o espectador com um pé atrás. Logo quando pensamos que já descobrimos a intriga vem outra pista para nos desviar do caminho.

Esta dedicatória de Truffaut a Hitchcock é um verdadeiro triunfo e só me apetece ver o filme outra vez. Enquanto via o filme só pensava "ai que este momento dava uma fotografia tão fantástica". A beleza artística e banda sonora misteriosa de Georges Delerue é acompanhada pela mestria de Truffaut.

E mon dieu, Fanny Ardant e Jean-Louis Trintignant cativaram-me imediatamente. Que par de actores fantásticos que andam sempre ali na corda bamba, numa dualidade. Ora Fanny Ardant é a secretária independente com uma paixão pelo seu padrão ou é uma "partner in crime" mascarada de prostituta. E Trintignant que vai ganhando a simpatia do público, o outrora suspeito de homícidio e provável assassíno vai-se tornando num inocente no meio de um banho de sangue de paixão.

É só uma pena que filmes como este sejam muitas vezes esquecidos em detrimento de outros mais famosos de Truffaut. Bem, cheira-me que agora se vai seguir uma chuvada de Truffaut's cá por casa.