Sunday, 18 September 2011

Beginners by Mike Mills

Há muito tempo que não gostava tanto de um filme que tivesse visto nos cinemas. Sem expectativas astronómicas, Beginners surpreendeu-me pela sua singularidade e criatividade, tanto no modo de contar uma história como na forma de conjugar o cinema com outras vertentes e formas artísticas. E também pelo jazz.
Fiquei tão apaixonada pelo filme que, parece-me, que a minha próxima compra vai ser esta.
Depois de Midnight in Paris vem Sous les toits de Paris do mestre René Clair. Começando com o travelling tão famoso feito sobre os tectos de um bairro de Paris dos anos 20/30, a simplicidade da história deste filme é o que o acaba por tornar tão especial. O grande uso da música em cenas sem praticamente nenhum diálogo denuncia ainda o apego aos filmes mudos, mas o que podia ser uma fraqueza torna-se num dos melhores atributos de Sous les toits de Paris. O conjugar dos filmes mudos com os falados dá origem a cenas memoráveis como a do vídeo em cima onde expressões faciais e reacções das personagens dizem tanto (ou mais) como mil palavras. Quando são precisas palavras elas surgem, mas entretanto a chanson française e a linguagem corporal chegam para falar pelas personagens. E não se trata só da chanson française, é tambem mais qualquer coisa, é Albert Préjean. Música francesa, pessoas simples e uma história de amor, é isso que se quer da vida e é isso que René Clair sabe tão bem filmar.