Thursday 23 June 2011

Psycho

Após tantas visualizações da cena da banheira, é incrível como continua a ter o mesmo impacto como se fosse a primeira vez. Num preto e branco assustador, Psycho foi capaz de me pôr agarrada à almofada nervosamente à espera do próximo passo de Norman Bates. Tal como em Suspicion, a realização do mestre mexe com o medo do espectador como nunca. Tantas cenas podiam ser mencionadas (ou simplesmente aquela casa assombrosa) mas eu escolhi esta, a cena quando o inspector Arbogast vai à tal casa. O enquadramento plongé, a música de Bernard Herrman (para mim a melhor alguma vez feita para Hitchcock) e a demência de Norman Bates, tornam esta cena, para mim, na mais assustadora do filme (e isso é dizer muito!).
Os pequenos pormenores, a realização engenhosa e uma visita à psique humana única são os aspectos que já seriam de esperar e evidentes em todos os filmes hitchcockianos. Porém, sempre achei que os filmes de Hitchcock acabavam de forma muito abrupta (com excepções, como Suspicion que, consta, não acabou assim por vontade de Hitchcock), mas aqui parece que o fim deixou de ser uma simples forma de conclusão para se tornar em algo mais, num momento essencial ao filme, sem o qual este não teria sido o mesmo, acabando mesmo por adicionar algo de novo e perturbante. Mantendo o tom do filme, aquele fim, tanto graças a Hitcock como a Anthony Perkins, arrepiou-me, e com certeza não fui a única.