Friday 6 January 2012

And now for something completely different

In 1971, Jean-Luc Godard and the Dziga Vertov Group were given a week's budget to make a commercial for Schick after-shave. In half a day they made this.

And what a Bitter Victory it was

Que obra prima. E assim começo (finalmente) a ver onde está o verdadeiro cinema em Nicholas Ray.
Uma história de cobardia e coragem, de tudo o que é (des)humano, sob o cenário vazio do deserto, onde a câmara movimenta-se tão fluidamente que parecem não existir barreiras e todo o sofrimento e angústia das personagens começa a comer por dentro o público.
Por mais do que breves segundos, nesta cena a minha respiração abandonou-me.

Bigger Than Life

Good mirror:
Bad mirror:

Scary mirror:

Good praying:
Bad praying:
tirado daqui

Os jogos de luz de Ray e as sombras, aquelas sombras assustadoras e monstruosas:
Ah e claro, James Mason. Meu deus, James Mason!

boum!

Jacquot e o amor incontrolável pelo Cinema

A outra cortina de Jacques Demy

Uma tarde passada a ver a relação carinhosa de Agnès Varda com Jacques Demy em Jacquot de Nantes e L'Univers de Jacques Demy.
Jacquot de Nantes é uma prenda de Varda para Demy, que morreu 10 dias após a conclusão do filme, e mostra a enternecedora infância do cineasta que desde (mais ao menos) os 9 anos já fazia os seus próprios filmes com desenhos em película, recorrendo, basicamente, ao stop motion. É no filme de Agnès Varda que, para além de vermos estas pérolas que são os primeiros filmes de um jovem Jacques Demy (que são verdadeiramente impressionantes), vemos a paciência que este sempre teve na sua dedicação de corpo e alma ao Cinema. Demy era, efectivamente, um homem paciente e interessado que, depois de vários anos dedicados inteiramente ao Cinema, após grandes lutas com o seu pai que em jovem o obrigou a ser mecânico, no final da sua vida dedicou-se à música, à pintura, entre outras artes.
A musicalidade dos seus filmes estão presentes de uma forma muito própria, pois na verdade este é um filme de Varda sobre Demy, e a assinatura de Agnès está bem clara. É ela que torna Jacquot de Nantes num objecto filmíco precioso, único e muito característico.
Enfim, Agnès Varda mostra, de uma maneira gloriosa, a passagem de Jacquot, a criança ingénua e feliz no seio da sua família, para Jacques, o jovem (e mais tarde adulto) abalado pelos acasos da vida, pela guerra e pelos entraves criados pelo seu pai no seu desejo de seguir cinema como carreira.

Merci Agnès et Jacques