E aqui têm como o encontrámos no começo do livro. Ele resiste. Voltado a ser Jacques, fita-se no espelho.
Um espelho não é água de Narciso; não mergulhamos lá. Jacques encosta a ele a cara e o seu hálito esconde aquele rosto pálido que ele detesta.
O sono não está às nossas ordens. É um peixe cego que sobe das profundezas, uma ave que se abate sobre nós.
Sentia nadar o peixe em volta, fora dos limites. A ave fechava as asas, pousava à beira da insónia, voltava o pescoço, alisava as penas, patinhava, não entrava.
O sono tem o seu universo, as suas geografias, as suas geometrias, os seus calendários. Acontece que nos reporta a antes do dilúvio. Então encontramos uma misteriosa ciência do mar. Nadamos, e julgamos voar sem esforço.
[Stills do filme Orphée e excertos do livro Le Grand Écart,
ambos de Jean Cocteau]