HAPPY HALLOWEEN!
(apetece-me ir fazer trick or treat mas depois lembro-me que cá não se faz e que já não tenho idade para isso ): sendo assim venha daí o Rocky Horror Picture Show!)
Sunday, 31 October 2010
Saturday, 30 October 2010
cinema + bigodes = JP Simões
[é de 2005 mas é tão bom encontrar estas coisas]
Depois de ler o fantástico Vírus da Vida:
O nome dos Belle Chase Hotel vem dum filme do Jim Jarmusch, o do Quinteto Tati remete para Jacques Tati. Qual é a tua relação com o cinema?
Não sei se isso será alguma coincidência. A referência ao Jacques Tati e àquela ideia dum tipo humano e dócil que se passeia no meio das estruturas burguesas e burocráticas sem encaixar muito bem no meio delas, sem que as estruturas o consigam estandartizar, é um lado curioso. É um lado que me fascina por existirem pessoas que conseguem criar uma dimensão individual que ultrapassa a social. É como se a social fosse uma espécie de metáfora grotesca da liberdade e responsabilidade pessoal. Quando começámos a fazer música para teatro, na ópera, tentámos fazer uma música mais fílmica. Acabou por não acontecer, acabámos por fazer canções e fazer canções com uma inscrição muito mais pessoal, mais dramáticas e com uma ironia menos brilhante e positiva que o Jacques Tati. A referência ao cinema traduz-se sempre por o cinema ser um depósito de imagens e de construções humanas. Portanto, quando falas em música, um gajo não se vai chamar dó maior porque gosta mais do dó maior, ou escala menor porque o seu trabalho tem muito mais a ver com acordes menores do que o resto. O universo tem sempre a ver com a imagem. Um título é uma sugestão. É fácil ligar isto ao cinema e o cinema ser um ponto de partida filosófico, histórico ou afectivo para o que se irá fazer.
Nos Belle Chase Hotel andavámos à procura de nomes, nenhum tinha a ver com cinema. Mas quando toda a gente se apercebeu da história que estava à volta desse hotel, houve um lado curioso, um lado mais ou menos consensual na capacidade sugestiva que esse nome tinha. Veio das imagens, da música à volta do filme, os actores eram músicos, temos ali uma data de ligações.
O que é que aconteceu ao teu bigode?
Sabes que os bigodes, com o tempo, começam a ficar cheios de sopa juliana, de caldo verde e a coisa começa a ficar pior. Quando me apareceu um cogumelo no bigode, tive que o cortar, porque estavam a nascer coisas que eu já não queria no bigode. Equívocos cogumelos nasceram do meu bigode, e deixei de me dar tão bem com ele. Corria o risco de me transformar num bigode, e eu não queria de modo nenhum transformar-me num bigode. Não é que o meu amor-próprio seja enorme, mas há limites. E acho que tenho conseguido, o que é que te parece?
Eu acho que sim.
Obrigado, isso foi motivador.
Depois de ler o fantástico Vírus da Vida:
O nome dos Belle Chase Hotel vem dum filme do Jim Jarmusch, o do Quinteto Tati remete para Jacques Tati. Qual é a tua relação com o cinema?
Não sei se isso será alguma coincidência. A referência ao Jacques Tati e àquela ideia dum tipo humano e dócil que se passeia no meio das estruturas burguesas e burocráticas sem encaixar muito bem no meio delas, sem que as estruturas o consigam estandartizar, é um lado curioso. É um lado que me fascina por existirem pessoas que conseguem criar uma dimensão individual que ultrapassa a social. É como se a social fosse uma espécie de metáfora grotesca da liberdade e responsabilidade pessoal. Quando começámos a fazer música para teatro, na ópera, tentámos fazer uma música mais fílmica. Acabou por não acontecer, acabámos por fazer canções e fazer canções com uma inscrição muito mais pessoal, mais dramáticas e com uma ironia menos brilhante e positiva que o Jacques Tati. A referência ao cinema traduz-se sempre por o cinema ser um depósito de imagens e de construções humanas. Portanto, quando falas em música, um gajo não se vai chamar dó maior porque gosta mais do dó maior, ou escala menor porque o seu trabalho tem muito mais a ver com acordes menores do que o resto. O universo tem sempre a ver com a imagem. Um título é uma sugestão. É fácil ligar isto ao cinema e o cinema ser um ponto de partida filosófico, histórico ou afectivo para o que se irá fazer.
Nos Belle Chase Hotel andavámos à procura de nomes, nenhum tinha a ver com cinema. Mas quando toda a gente se apercebeu da história que estava à volta desse hotel, houve um lado curioso, um lado mais ou menos consensual na capacidade sugestiva que esse nome tinha. Veio das imagens, da música à volta do filme, os actores eram músicos, temos ali uma data de ligações.
O que é que aconteceu ao teu bigode?
Sabes que os bigodes, com o tempo, começam a ficar cheios de sopa juliana, de caldo verde e a coisa começa a ficar pior. Quando me apareceu um cogumelo no bigode, tive que o cortar, porque estavam a nascer coisas que eu já não queria no bigode. Equívocos cogumelos nasceram do meu bigode, e deixei de me dar tão bem com ele. Corria o risco de me transformar num bigode, e eu não queria de modo nenhum transformar-me num bigode. Não é que o meu amor-próprio seja enorme, mas há limites. E acho que tenho conseguido, o que é que te parece?
Eu acho que sim.
Obrigado, isso foi motivador.
Friday, 29 October 2010
Some like it Hot (1959), Billy Wilder
É impossível escolher uma cena deste filme, todas elas são indispensáveis para esta comédia genial, com os diálogos mais hilariantes de sempre. Mas escolho esta porque gostei tanto da mudança do ambiente romântico, mas ainda com algumas particularidades cómicas, para o ambiente completamente disparatado e fantástico através de um simples e enérgico raccord.
Tony Curtis has said that he asked Billy Wilder if he could imitate Cary Grant for his stint as the millionaire in the movie. Wilder liked it and they shot it that way. Apparently, Grant saw the parody of himself and stated, "I don't talk like that."[tem piada, eu também notei! deixa lá Cary, you make it look so charming!]
You done it again Billy!
Nosferatu's
A Lauren Bacall disse:
“Yes, I saw Twilight - my granddaughter made me watch it, she said it was the greatest vampire film ever. After the ‘film’ was over I wanted to smack her across her head with my shoe, but I do not want a (tell-all) book called Grannie Dearest written on me when I die. So instead I gave her a DVD of Murnau’s 1922 masterpiece Nosferatu and told her, ‘Now that’s a vampire film!’ And that goes for all of you! Watch Nosferatu instead!”
E eu digo, vejam o Nosferatu do Pierre Étaix!
Mas não estou de qualquer maneira a diminuir o Nosferatu original, o de Murnau. Até porque para continuar nesta onda de Halloween amanhã é precisamente esse o filme que vou ver.
Este Nosferatu de Pierre Étaix é do Tant qu'on la Santé, um espéctáculo de variedades num filme e este "conto", em que um homem para curar a sua insônia lê um livro de vampiros que o acaba por assombrar e a nós nos acaba por fazer rir, é simplesmente fantastique. Mas hoje foi dia de outro Étaix, Pays de Cocagne!
E só por ser diferente dos outros da sua carreira não foi por isso que deixei de gostar. É um filme cómico e trágico de ver. Afinal, onde foram todas aquelas convicções e príncipios do Maio de 68 naquela França? Mas tenho de admitir que o meu momento preferido foi no início, um momento clássico à Pierre Étaix. O Monsieur Étaix fala connosco num prólogo em que é, literalmente, atacado pelos 40 mil metros de película de 16mm que foram precisos para fazer este filme!
“Yes, I saw Twilight - my granddaughter made me watch it, she said it was the greatest vampire film ever. After the ‘film’ was over I wanted to smack her across her head with my shoe, but I do not want a (tell-all) book called Grannie Dearest written on me when I die. So instead I gave her a DVD of Murnau’s 1922 masterpiece Nosferatu and told her, ‘Now that’s a vampire film!’ And that goes for all of you! Watch Nosferatu instead!”
E eu digo, vejam o Nosferatu do Pierre Étaix!
Mas não estou de qualquer maneira a diminuir o Nosferatu original, o de Murnau. Até porque para continuar nesta onda de Halloween amanhã é precisamente esse o filme que vou ver.
Este Nosferatu de Pierre Étaix é do Tant qu'on la Santé, um espéctáculo de variedades num filme e este "conto", em que um homem para curar a sua insônia lê um livro de vampiros que o acaba por assombrar e a nós nos acaba por fazer rir, é simplesmente fantastique. Mas hoje foi dia de outro Étaix, Pays de Cocagne!
E só por ser diferente dos outros da sua carreira não foi por isso que deixei de gostar. É um filme cómico e trágico de ver. Afinal, onde foram todas aquelas convicções e príncipios do Maio de 68 naquela França? Mas tenho de admitir que o meu momento preferido foi no início, um momento clássico à Pierre Étaix. O Monsieur Étaix fala connosco num prólogo em que é, literalmente, atacado pelos 40 mil metros de película de 16mm que foram precisos para fazer este filme!
Wednesday, 27 October 2010
Le cinématographe de Boris Vian
Quand j'avais six ans
La première fois
Que papa m'emm'na au cinéma
Moi je trouvais ça
Plus palpitant que n'importe quoi
Y avait sur l'écran
Des drôl's de gars
Des moustachus
Des fiers à bras
Des qui s'entretuent
Chaqu' fois qu'i trouvent
Un cheveu dans l'plat
Un piano jouait des choses d'atmosphère
Guillaum' Tell ou l'grand air du Trouvère
Et tout le public
En frémissant
S'passionnait pour ces braves gens
Ça coûtait pas cher
On en avait pour ses trois francs
Belle, belle, belle, belle, comm' le jour
Blonde, blonde, blonde, blonde, comm' l'amour
Un rêve est passé sur l'écran
Et dans la salle obscurément
Les mains se cherchent, les mains se trouv'nt
Timidement
Gare, gare, gare, gare, la revoilà
Et dans la salle plus d'un cœur bat
La voiture où elle se croit en sûr'té
Vient de s'écraser par terre
Avec un essieu cassé
Le bandit va pouvoir mettr' la main
Sur le fric, c'est tragique
Non d'un chien
C'est fini, tout s'allume
A mercredi prochain
Maintenant ce n'est
Plus mon papa
Qui m'accompagne au cinéma
Car il plante ses choux
Là-bas pas loin de Saint Cucufa
Mais j'ai rencontré
Un Attila
Un moustachu un type comme ça
Il ador' aller le mercredi
Dans les cinémas
Bien sûr c'est dev'nu l'cinémascope
Mais ça r'mue toujours et ça galope
Et ça reste encor' comme autrefois
Rempli d'cov'boill's sans foi ni loi
Et de justiciers qui vienn'nt fourrer
Leur grand pied dans l'plat
Gare, gare, gare, gare, Gary Cooper
S'approche du ravin d'enfer
Fais attention pauvre crétin
Car Alan Ladd n'est pas très loin
A cinq cents mètres il log' un' balle
Dans un croûton d'pain
Gare, gare, gare, gare, pendant c'temps-là
Je sens qui m'serr' dans son grand bras
Le fauteuil où je m'croyais en sûr'té
N'empêche pas cett' brut' d'essayer
De m'embrasser
J'ai pas vu si Gary s'rait gagnant
Mais comm' c'est l'cinéma permanent
Mon chéri rappell' toi on est resté un an
Et on a eu beaucoup d'enfants.
Saturday, 23 October 2010
Down by Law (1986), Jim Jarmusch
Acho que esta frase diz muito sobre o filme. A voz tenebrosa de Tom Waits, a extravagância de Benigni e o ar mafioso de John Lurie. Tudo isto naquela cidade e mundo fantasma irreconhecícel e praticamente criado por Jarmusch. Juntem-lhe umas cenas tão intensas e memoráveis e uma forma de filmar tão verdadeiramente fantástica e temos um filme inesquecível.
Friday, 22 October 2010
Jour de fête!
Isto foi a minha Festa do Cinema Francês este ano, com muitas cores bonitas e muito Pierre Étaix! Como a minha Yashica anda chateada comigo algumas saíram desfocadas, mas pronto, vou ver se fazemos as pazes em breve. Verdade seja dita que o blogger também tira um bocado a qualidade das fotografias... desculpas! Mas aqui estão, desfocadas ou não, foi a minha festa, e o meu cinema francês!
P.S: Eu sei como é díficil encontrar fotografias do monsieur Étaix no google mas se quiserem usar as minhas para qualquer propósito please ask first!
(clickar nas fotos para melhor definição!!)
(clickar nas fotos para melhor definição!!)
Thursday, 21 October 2010
Brune/Blonde
Des brunes et des blondes à la Cinemathéque Française. Eu cá estou do lado das brunes!
Do gentlemen really prefer blondes?
Do gentlemen really prefer blondes?
Tuesday, 19 October 2010
Elaine's (Go Bored to Death!)
Já não chegava o Antoine Doinel, agora estava a ver o primeiro episódio da nova temporada de Bored to Death e aparece-me isto...
Hmmm... Já sinto a música de Gershwin em Manhattan..
Um episódio a day de Bored to Death sure makes life happier!
“I wanted to make a fake Paris, a Paris of dreams, like in my head when I was twenty and I arrived in Paris for the first time. I wanted to avoid the bad things: traffic jams, dog shit on the street, the rain.”
Jean-Pierre Jeunet
Não há nada como uma músiquinha do Raphael Beau do Micmacs à tire-larigot para tornar uma boring viagem de autocarro bem mais interessante.
Monday, 18 October 2010
Saturday, 16 October 2010
Friday, 15 October 2010
Oh, ser português.
E é por isto que eu adoro Lisboa. É bom parar para beber um cappuccino e descobrir coisas novas. Hoje foi Melech Mechaya, e enquanto os outros tratavam de dançar que nem doidos eu fui tirando fotografias e batendo o pé! Sabe bem ser português (às vezes!). E agora vejam esta curta/videoclip da Dança do Desprazer, façam isso. O ambiente do videoclip é irónico, único e alegre e sombrio ao mesmo tempo e a música é música judaica (as músicas judaicas e o som da recitação do Torah, como vi no A Serious Man, sempre me fascinaram) com música cigana bem à portuguesa!
Thursday, 14 October 2010
Tuesday, 12 October 2010
Sunday, 10 October 2010
Saturday, 9 October 2010
Jour d'Étaix
Este senhor já é um dos meus realizadores preferidos. Os seus filmes e a sua visão única e romântica da vida são capazes de me pôr a sorrir durante horas e horas. E há tanto mais a dizer sobre os seus filmes, mas com o tempo dissertarei que agora já é tarde e ainda estou no encanto do Étaix! E em breve postarei fotos dele na Cinemateca Portuguesa em colaboração com 11ª Festa do Cinema Francês, pois eu estive lá, super feliz, e voltei com mais um realizador para a lista dos preferidos e um papel com um sorriso do Pierre Étaix para a Rita.
E vejam este vídeo, vejam.
E vejam este vídeo, vejam.
Wednesday, 6 October 2010
É tão frustrante estar num país onde é tão díficil encontrar os filmes que queremos. É simplesmente frustrante ter uma lista gigantesteca de filmes que quero ver e metade deles ou não estarem à venda ou encontrá-los na net com legendas em português ser a coisa mais díficil de sempre. Merde! Quero aprender francês como uma francesa e ver os filmes sem legendas.
Tuesday, 5 October 2010
Monday, 4 October 2010
Sick in wonderland
Sunday, 3 October 2010
Salut Michel!
Depois ver este trailer do filme Ce Soir ou Jamais com a Anna Karina a dançar, e tantos outros trailers de filmes do mesmo realizador, Michel Deville, só me pergunto porque é que não há quase nada sobre ele? Quero Michel Deville! Estou mesmo tentada a comprar este pack!
Sinto que fiz uma descoberta. E que descoberta!
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