Monday, 4 May 2009

Ritha dans le Indie Lisboa: Jour TROIS, et le dernier

O ultimo dia foi de Crítico.

E que maneira mais perfeita de acabar. Fiquei completamente colado ao ecrã e posso dizer com toda a segurança que este é bem capaz de ser o melhor documentário que já vi (apesar de não conhecer assim tanto nesse género cinematográfico).
Este documentário não serve para defender os críticos e mostrar-nos tudo de bom que a crítica de cinema traz. Mas também não é um documentário que ataca os críticos e os seus (por vezes) precipitados julgamentos. É um documentário que nos mostra a realidade. The good, the bad and the ugly.


Com testemunhos de críticos, actores e realizadores, nós conseguimos ver a crítica de cinema de todas as perspectivas, e não apenas de uma. Vemos como os críticos por vezes são muito injustos com um filme ou realizador por fazerem como as ovelhas e "seguirem o rebanho"; vemos como se torna, por vezes, difícil distanciar-se dos sentimentos que se geram após conhecer certos cineastas, e que é uma profissão que envolve o poder de esquecer isso tudo; vemos como as críticas por vezes ensinam os cineastas, e tanto tanto mais. Se continuasse aqui a enumerar todas as perspectivas que o documentário demonstra, além de estragar a surpresa para futuros públicos, nunca mais acabava.

No fim de contas, a "teoria" que mais me tocou e com qual a mais me identifiquei foi a que pode ser simplificada na tal frase de Oscar Wilde: "toda a crítica é uma auto-biografia". Não só por ser uma frase do Sir Wilde é que concordo, mas sim porque (pelo menos para mim) é uma verdade tão pura como a água. Cada crítico tem a sua interpretação de cada filme, e no fundo é um reflexo da sua personalidade. Eles por vezes até notam em coisas que nem os próprios realizadores tomaram conta. A crítica (once again, para mim) tem como base a análise, e não dizer o que podia ter sido um filme e criticar ferozmente um filme que não consideram tão bom, e ficar feliz por terem esse poder. Se acham mal, pois bem, dêem argumentos e não se limitem às ofensas que aprendemos aos 5 anos: "não gosto porque não gosto". (Isto tudo, é em parte uma reflexão do que vi no documentário, após ter a minha opinião bem consolidada).

De entre os vários testemunhos apareceram muitas "boas pessoas" como Gus Van Sant, a voz de David Lynch e muitos mais, mas a memória já apagou esses pequenos pormenores. Do meu ponto de vista, eram todos "boas pessoas" pela maneira que me entreteram e ensinaram.
A meio de cada conjunto de testemunhos apareciam cenas de filmes antigos (penso eu), como que iniciando uma nova perspectiva no documentário. Essas mesmas cenas levavam a algumas reflexões (mas não os vou chatear com tal).

Digo desde já que fiquei bastante admirada com o cinema brasileiro após este documentário, e que nem deixem preconceitos impedi-los de ver este filme!
Ah mas não se diga que este filme é apenas brasileiro. É americano, é espanhol, é françês, é brasileiro, é americano. É de todo o Mundo.

Pois bem, assim acabou o Indie Lisboa, que para mim foi uma delícia.

Como disse Tom Tykwer (apesar de não me lembrar bem das palavras certas):

"No fim, tens de deixar um filme ser por si próprio"

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