Sunday, 22 December 2013
Friday, 13 December 2013
Thursday, 5 December 2013
dúvidas de uma estudante de cinema
"Il y a le visible et l’invisible. Si vous ne filmez que le visible, c’est un téléfilm que vous faites."
- Jean-Luc GODARD
quando o pedro costa escreve
“Nha cretcheu, meu amor, O nosso encontro vai tornar a nossa vida mais bonita por mais trinta anos. Pela minha parte, volto mais novo e cheio de força. Eu gostava de te oferecer 100.000 cigarros, uma dúzia de vestidos daqueles mais modernos, um automóvel, uma casinha de lava que tu tanto querias, um ramalhete de flores de quatro tostões. Mas antes de todas as coisas bebe uma garrafa de vinho do bom, e pensa em mim. Aqui o trabalho nunca pára. Agora somos mais de cem. Anteontem, no meu aniversário foi altura de um longo pensamento para ti. A carta que te levaram chegou bem? Não tive resposta tua. Fico à espera. Todos os dias, todos os minutos, aprendo umas palavras novas, bonitas, só para nós dois. Mesmo assim à nossa medida, como um pijama de seda fina. Não queres? Só te posso chegar uma carta por mês. Ainda sempre nada da tua mão. Fica para a próxima. Às vezes tenho medo de construir essas paredes. Eu com a picareta e o cimento. E tu, com o teu silêncio. Uma vala tão funda que te empurra para um longo esquecimento. Até dói cá ver estas coisas mas que não queria ver. O teu cabelo tão lindo cai-me das mãos como erva seca. Às vezes perco as forças e julgo que vou esquecer-me.”
Friday, 29 November 2013
The Hermit
Kristoffer descobriu em Lisboa uma vida em fotografias e está a fazer dela um filme
Kristoffer pretende mostrar como estamos constantemente a deparar-nos com encruzilhadas e mudanças de caminho. “Muita gente já teria visto os diapositivos quando passei por eles, mas viram-nos apenas como lixo. Isso acontece-nos constantemente. Acho que devemos parar mais, esgravatar, procurar, descobrir”. Ao ver os diapositivos um a um, ao revê-los e ao ganhar familiaridade com aquelas pessoas e com aquelas paisagens, Kristoffer foi-se impressionando com uma evidência: “a de quão curta e vulnerável é a nossa vida”
Que marcas deixamos verdadeiramente?, questionava-se enquanto via as imagens de uma vida preenchida que “desaparecera” em dois sacos de papel, convicto de uma coisa: “ao ficcioná-la, porém, ela ganhará nova existência”. Esse é agora o trabalho de Kristoffer Sandberg. Transformar-se em Nuno Ferreira até que Nuno Ferreira apareça. Ou melhor, até que apareça o homem que tanto fotografou ou aquele que Kristoffer Sandberg construirá agora, viajando país fora em busca do que está para lá dos diapositivos da Praça das Novas Nações.
trailer aqui &
história por detrás deste filme aqui
Thursday, 28 November 2013
Monday, 18 November 2013
Sunday, 17 November 2013
bom dia
"Ozu had a kind of loneliness about him. This loneliness showed in his films. No matter how cheerful he acted –– and I don’t mean he was putting it on, because he had a truly bright side, too. He enjoyed himself. He liked to do fun things. But at the same time, there was always this loneliness. That’s why I believed in him. Artists without an air of loneliness are boring."
- Hidemi Kon
Saturday, 9 November 2013
Friday, 27 September 2013
danças e andanças deste mês
Two Maybe More, Marco Martins
Cantatas, Raimund Hoghe
ou a beleza inegável de cada movimento do corpo e dos espasmos da alma
Thursday, 26 September 2013
E uma excelente razão para ir a Paris ver a exposição da Cinémathèque Française sobre este grande senhor - Jean Cocteau et le cinématographe - Une chronologie.
Sunday, 8 September 2013
Thursday, 22 August 2013
Monday, 19 August 2013
adieu au langage
TARKOVSKY, Nostalghia
O discurso amoroso é hoje de uma extrema solidão. Este discurso é talvez falado por milhares de pessoas (quem sabe?), mas não é defendido por ninguém. Está completamente banido das linguagens circundantes: ignorado, desacreditado ou ridicularizado por elas, cortado não somente do poder, mas também dos seus mecanismos.
(...)
Quer seja na passagem de um amor a outro ou no interior do mesmo amor, não deixo de "recair" numa doutrina interior que ninguém partilha comigo.
(...)
Hoje, porém, sobre o amor não existe qualquer sistema: e os poucos sistemas que rodeiam o apaixonado contemporâneo não o situam devidamente (a não ser desvalorado): por mais que se oriente para esta ou aquela das linguagens que recebe, ninguém lhe responde a não ser para o desviar daquele que ama.
BARTHES, Fragmentos do Discurso Amoroso
Friday, 9 August 2013
Sunday, 4 August 2013
ÓCULOS ESCUROS
Suponhamos que chorei por causa de qualquer incidente de que o outro não se apercebeu (chorar faz parte da actividade normal do corpo apaixonado) e que, para que tal não se veja, ponho uns óculos escuros sobre os meus olhos embaciados (belo exemplo de denegação: escurecer a vista para não ser visto).
A intenção deste gesto é calculada: quero guardar o benefício moral do estoicismo, da dignidade ("É indigno dos grandes espíritos espalhar à sua volta a perturbação que sentem" dizia Clotilde de Vaux) e ao mesmo tempo, contraditoriamente, provocar a terna interrogação ("Mas que tens?"); quero ser ao mesmo tempo criança e adulto.
A intenção deste gesto é calculada: quero guardar o benefício moral do estoicismo, da dignidade ("É indigno dos grandes espíritos espalhar à sua volta a perturbação que sentem" dizia Clotilde de Vaux) e ao mesmo tempo, contraditoriamente, provocar a terna interrogação ("Mas que tens?"); quero ser ao mesmo tempo criança e adulto.
BARTHES, Fragmentos de um discurso amoroso
Anna Karina on why Godard wears sunglasses:
"It's not that his eyes are too weak. It's that his universe is too strong."
Tuesday, 23 July 2013
Song of the Open Road
You road I enter upon and look around, I believe you are not all that is here,
I believe that much unseen is also here.
I believe that much unseen is also here.
Here the profound lesson of reception, nor preference nor denial,
The black with his woolly head, the felon, the diseas’d, the illiterate person, are not denied;
The birth, the hasting after the physician, the beggar’s tramp, the drunkard’s stagger, the laughing party of mechanics,
The escaped youth, the rich person’s carriage, the fop, the eloping couple,
The black with his woolly head, the felon, the diseas’d, the illiterate person, are not denied;
The birth, the hasting after the physician, the beggar’s tramp, the drunkard’s stagger, the laughing party of mechanics,
The escaped youth, the rich person’s carriage, the fop, the eloping couple,
The early market-man, the hearse, the moving of furniture into the town, the return back from the town,
They pass, I also pass, any thing passes, none can be interdicted,
None but are accepted, none but shall be dear to me.
(...)
The earth expanding right hand and left hand,
The picture alive, every part in its best light,
The music falling in where it is wanted, and stopping where it is not wanted,
The cheerful voice of the public road, the gay fresh sentiment of the road.
The earth expanding right hand and left hand,
The picture alive, every part in its best light,
The music falling in where it is wanted, and stopping where it is not wanted,
The cheerful voice of the public road, the gay fresh sentiment of the road.
(...)
Here is the test of wisdom,
Wisdom is not finally tested in schools,
Wisdom cannot be pass’d from one having it to another not having it,
Wisdom is of the soul, is not susceptible of proof, is its own proof,
Applies to all stages and objects and qualities and is content,
Is the certainty of the reality and immortality of things, and the excellence of things;
Something there is in the float of the sight of things that provokes it out of the soul.
Here is the test of wisdom,
Wisdom is not finally tested in schools,
Wisdom cannot be pass’d from one having it to another not having it,
Wisdom is of the soul, is not susceptible of proof, is its own proof,
Applies to all stages and objects and qualities and is content,
Is the certainty of the reality and immortality of things, and the excellence of things;
Something there is in the float of the sight of things that provokes it out of the soul.
Now I re-examine philosophies and religions,
They may prove well in lecture-rooms, yet not prove at all under the spacious clouds and along the landscape and flowing currents.
(...)
Allons! whoever you are come travel with me!
Traveling with me you find what never tires.
Allons! whoever you are come travel with me!
Traveling with me you find what never tires.
Whoever you are, come forth! or man or woman come forth!
You must not stay sleeping and dallying there in the house, though you built it, or though it has been built for you.
You must not stay sleeping and dallying there in the house, though you built it, or though it has been built for you.
Out of the dark confinement! out from behind the screen!
It is useless to protest, I know all and expose it.
It is useless to protest, I know all and expose it.
- Walt Whitman
Thursday, 18 July 2013
Tuesday, 16 July 2013
Film
O 21º Curtas Vila do Conde propõe um programa ambicioso – intitulado “Film” – que combinará uma exposição com um programa de cinema. Este programa pretende refletir sobre a condição do cinema e a presença física da película enquanto matéria prima para a expressão artística em plena era digital.
artigo sobre a exposição aqui
John Cassavetes: Criminal Minded
Cassavetes stole film critic Pauline Kael's sweater after she publicly bad-mouthed his film Shadows.
peripécias do Cassavetes aqui
Sunday, 14 July 2013
Saturday, 13 July 2013
Nessas décadas finais do século XX, em que o cinema se carregou de barulho e fúria para não dizer nada, o cinema de Kiarostami é o exemplo supremo de como basta olhar bem para dizer tudo. Entre uma manhã e outra manhã, entre uma aldeia e outra aldeia, entre uma casa e outra casa, entre um amigo e o amigo. Como disse um poeta português basta "uma mão cheia de nada e outra de coisa nenhuma".
João Bénard da Costa
Sunday, 30 June 2013
that old familiar feeling
uma súbita sensação de leveza e esperança que surge com todos os Kiarostami's
Thursday, 30 May 2013
Tuesday, 28 May 2013
Lola Montès de Max Ophuls (1955)
"Desde a prodigiosa grua sobre o candeladro no início, até ao fabuloso contre-plongé do salto final de Lola, todo o filme se desdobra na altura permitindo a contradição e a duplicação das duas dimensões espaciais, que são também as duas dimensões temporais da vida da protagonista.
Daí que se possa dizer que este filme introduziu no cinema a quarta dimensão, utilizando o tempo como perspectiva donde as três dimensões do espaço emergem."
- João Bénard da Costa
Friday, 10 May 2013
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