TARKOVSKY, Nostalghia
O discurso amoroso é hoje de uma extrema solidão. Este discurso é talvez falado por milhares de pessoas (quem sabe?), mas não é defendido por ninguém. Está completamente banido das linguagens circundantes: ignorado, desacreditado ou ridicularizado por elas, cortado não somente do poder, mas também dos seus mecanismos.
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Quer seja na passagem de um amor a outro ou no interior do mesmo amor, não deixo de "recair" numa doutrina interior que ninguém partilha comigo.
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Hoje, porém, sobre o amor não existe qualquer sistema: e os poucos sistemas que rodeiam o apaixonado contemporâneo não o situam devidamente (a não ser desvalorado): por mais que se oriente para esta ou aquela das linguagens que recebe, ninguém lhe responde a não ser para o desviar daquele que ama.
BARTHES, Fragmentos do Discurso Amoroso
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