Friday, 27 June 2014
Thursday, 26 June 2014
chegar a casa com os pés sujos
Nem tu deves humilhar-te perante o outro.
Abandona-te comigo sobre a relva, solta as amarras da tua garganta,
Não quero palavras, nem música, nem rima, não quero hábitos nem lições, nem as melhores,
Quero apenas a quietude, o murmúrio da tua velada voz.
WALT WHITMAN
Saturday, 21 June 2014
Posso dizer-te que jamais filmámos com um camponês, uma criança ou um velho, sem que nos tivéssemos tornado seu companheiro ou amigo. (...) Uma coisa muito importante: podiam verificar pelo nosso trabalho que eramos igualmente "camponeses do cinema" porque chegávamos por vezes a trabalhar dezasseis, dezoite horas por dia, e penso que eles gostavam muito de nos ver trabalhar.
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E quando tinhamos necessidade que eles continuassem a trabalhar connosco, mesmo deixando os animais sem comer ou as crianças sem serem tratadas, eles não o sentiam, na minha opinião, como um constrangimento. Era admirável ver isso. Como sabes, eu não tenho uma concepção tautológica do povo, mas penso que, no nordeste, eles têm uma maneira muito especial de lidar com as pessoas. Se chegares de repente, saudam-te, abrem-te as portas, dão-te pão, vinho, aquilo que têm. Por outro lado, não são "a bondade personificada", pois são igualmente muito duros. Simplesmente, passam bruscamente da doçura à violência.
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Sente-se no filme que há religiões mais antigas e, entre as próprias pessoas, o cristianismo é uma coisa muito epidérmica. Não é exagero, nem sequer uma liberdade poética, dizer que eles são druidas. Se os ouvisses falar das árvores, como as amam... Há ali qualquer coisa de muito antigo que não tem nada a ver com o cristianismo, tratava-se de torná-lo presente pela sua ausência.
ANTÓNIO REIS
Friday, 20 June 2014
"a vida passa e em passar consiste"
Uma Rapariga no Verão, VÍTOR GONÇALVES
"Eu sei que Isabel não existe / mas entre as mais essa mulher caminha / e a sua evolução segue uma linha / que à imaginação pura resiste."
Naquele momento, Diogo não sabe que "passou e que jamais / lhe será dado a ver o que ela era".
Nada ou ninguém pode saciar a sua fome de um mais que nunca virá. E não consegui estar sozinha. Num mundo sem perigos aparentes (um longo e lento Verão, em que só se sublinha a data de 22 de Setembro) está a pisar o risco da morte.
JOÃO BÉNARD DA COSTA
Sunday, 15 June 2014
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